Junto com o limiar anaeróbico e a capacidade aeróbica, a economia compõe um dos três pilares que formas o que chamamos de fitness.
É um termo pouco utilizado no ciclismo – quando falamos nele pensamos mais em quanto nossos carros consomem com um litro de combustível do que quanto de oxigênio consumimos a cada metro percorrido. Mas é exatamente o mesmo princípio: quanto menos oxigênio for demandado para mover a bike em uma determinada potência, mais econômico você será. Quanto mais longa uma prova, mais determinante esse aspecto do condicionamento – por exemplo: é muito mais importante para um Ironman ser extremamente econômico do que para um ciclista de estrada em uma prova de circuito com 1h de duração.
A verdade é que nosso corpo é altamente ineficiente em converter energia muscular em energia mecânica: são apenas 20 a 25% de eficiência – isto significa que 75 a 80% das calorias geradas pelo seu corpo não estão sendo utilizadas para produzir potência. Para onde elas vão? A grande maioria é utilizada para manutenção da temperatura corporal (dissipada como calor).
A economia depende de muitos fatores, alguns dos quais estão fora do nosso controle, como comprimento do fêmur (para o ciclismo o tamanho desse osso contribui muito com a eficiência) e a proporção de fibras de contração rápida e lenta nos seus músculos – fatores genéticos que dependem mais dos seus pais do que de você.
Mas existe algo que podemos fazer para aumentar a economia? Sim! Existem diversas formas de aumentar a economia. Como o texto aqui é curto, listo dois que considero mais importantes:
- aumentar a quantidade de fibras de contração lenta – treinar próximo do limiar aeróbico vai promover adaptações neste tipo de fibra muscular, deixando-as com maior número de mitocôndrias, maior capilaridade e transformar as fibras mutáveis para serem mais parecidas com as de contração lenta.
- Controle de cadência – quem pedala com a cadência sempre muito baixa vai recrutar mais fibras musculares de contração rápida, as quais consomem mais energia que as de contração lenta, fadigam mais rápido (usam glicogênio armazenado em vez de gordura) e são menos eficientes. Isto não significa que o atleta deva rodar com cadência alta o tempo todo, mas que deve desenvolver a habilidade neuromuscular de flutuar entre cadência baixa e alta aplicando força alta ou baixa a depender das demandas do terreno.